- Vem a Portugal para apresentar o projeto ‘Teu Corpo É Meu Texto'. Que espetáculo é este?- Sou atriz convidada de um espetáculo com 23 bailarinos da melhor qualidade que é uma interferência do teatro na dança. É um trabalho muito acessível.
- Vem a Portugal para apresentar o projeto ‘Teu Corpo É Meu Texto'. Que espetáculo é este?
- Sou atriz convidada de um espetáculo com 23 bailarinos da melhor qualidade que é uma interferência do teatro na dança. É um trabalho muito acessível.
- Não é, portanto, elitista?
- Pelo contrário. E essa é a causa do sucesso. Sou uma atriz que transita muito bem no teatro, no cinema e, principalmente, na TV, que é um veículo popular. Ao longo dos 37 anos de carreira que tenho, fui formando um público que me foi acompanhando e que foi levado da TV para o teatro. Portanto, não fazia sentido que fizesse agora um trabalho em que as pessoas se sentissem burras.
- Impõe a mesma exigência na TV, teatro e cinema?
- Naturalmente. O cinema é mais complicado porque é uma arte que não pertence ao ator mas ao realizador, ao editor e ao produtor. Mas quanto mais rigorosos formos com o nosso trabalho mais possibilidade temos de ele não ser manipulado.
- Já sentiu o seu trabalho ser manipulado?
- Nunca pus todas as minhas fichas no cinema. Temos mais dissabores quando apostamos tudo numa única
coisa. Mas há muitos anos que sei que o cinema não é a arte de controlo do ator.
- Gosta de fazer TV?
- Muito. Mas é difícil de fazer
- É fundamental fazer TV para chegar a mais público?
- A televisão tem a possibilidade de dar circulação ao trabalho. Fico muito feliz por ir para as entranhas da Amazónia e as pessoas conhecerem o meu trabalho. Desde muito nova que dizia que queria chegar longe e a todo o tipo de pessoas.
- Começou a representar aos 18 anos...
- Quando era adolescente, os meus pais não queriam que eu fosse atriz. Então, preparei-me para tudo. Mas a arte não poupa ninguém e tive oportunidade muito cedo de perceber que não adiantava... vim ao mundo para ser artista.
- Sempre sentiu o apelo de ser artista?
- Quando a ficha caiu foi um choque. Num minuto percebi o oceano que teria de navegar. Trabalhei muito e tive a chance de me oferecerem bons trabalhos desde o começo. Nos últimos 25 anos, escolho rigorosamente os trabalhos. Mas tenho dito muito mais sim do que não.
- ‘Fina Estampa' foi o seu último trabalho em televisão. Já sabe o que se segue?
- Neste momento, estou entre safras. Nos últimos seis anos fiz quatro novelas e uma minissérie. Agora, chegou a hora de descansar. O público precisa de sentir saudades de nós.
PERFIL
Filha de um casal de atores, Christiane Torloni nasceu em São Paulo a 18 de fevereiro de 1957 (56 anos). Estreou-se na Globo aos 19 anos na novela ‘Duas Vidas'. Tornou-se numa das atrizes mais consagradas do Brasil, com várias participações marcantes na TV, teatro e cinema. Deu a cara por várias causas políticas, sociais e ambientais.
Fonte: Caderno Vidas - Correio da Manhã
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