26/04/2013

FOLHA - Christiane Torloni fala sobre política, dança, novelas e carnaval


Uma das musas da causa ambiental no Brasil, Christiane Torloni, 56, acha que é perda de tempo Marina Silva tentar criar um novo partido, a Rede. "Ela deveria faxinar o Partido Verde, limpar o que é preciso e sair em campanha." A atriz viajará em julho para França e Portugal com o espetáculo de dança "Teu Corpo É Meu Texto". Ela conversou com a coluna de Mônica Bergamo, em SP, no intervalo de um ensaio.

Fonte: Mônica Bergamo - Folha

Folha - O que acha do novo partido de Marina Silva?
Christiane Torloni - Não sei se ela deveria abandonar o Partido Verde, que é reconhecido internacionalmente. Perde-se muito tempo criando novos partidos. Ela deveria faxinar o PV, limpar o que é preciso e sair em campanha. O Brasil tem essa mania de criar partidos, mas nas reuniões estão sempre as mesmas pessoas. É pena. Marina está jogando fora parte dos mais de 20 milhões de votos que teve [em 2010].

Já se filiou a algum partido?
Não. Por isso posso falar mal de todos. Sou cidadã e pago meus impostos.

O que pensa do deputado e pastor Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos?
Complicado e pouco democrático. Mas esse assunto escondeu outro: quem é o novo presidente da comissão de Meio Ambiente? O senador Blairo Maggi [PR-MT, produtor de soja]. Um absurdo. Existe algo fora de ordem, como diria Caetano. Tenho medo que a democracia dê um golpe na própria democracia.

Como será dançar nos palcos da Europa?
Sozinha, ia morrer de medo, mas junto da Studio3 Cia. de Dança, do [diretor José] Possi [Neto] e do [coreógrafo] Anselmo Zolla, será muito bom. Eles são magníficos, esplendorosos.

Você tem se dedicado à dança.
É algo de que gosto e, com a sequência da turnê do espetáculo, resolvi levar mais a sério. Estou fazendo aulas de balé clássico no Rio três vezes por semana. O meu público da TV foi migrando para o teatro e, agora, aos poucos, também vai para a dança.

Ser rainha de bateria na Grande Rio em 2014 é mais um passo nessa trajetória?
O Carnaval do Brasil é o nosso Coliseu, mas ninguém vai para ser devorado, e sim para ofertar luz e alegria. Sempre desfilei. E já havia sido sondada para ser rainha, mas estava com novela ou peça. Desta vez, resolvi aceitar. A alegria bateu na minha porta. Uma bateria inteira vai bater na minha porta.

Como tem se preparado?
Não sou uma cabrocha, sou uma performer, uma atriz. Estarei usando os mecanismos do samba, da rainha. Não é uma vaidade. Caí de boca no samba. É como maternidade. A gestação é um período incrível, você curte os preparativos, a espera do bebê.

Tem planos de voltar à TV?
Eu vivi um momento de muita exposição nos últimos quatro anos. Emendei novelas com séries. O público precisa descansar de mim. 

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